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domingo, 9 de abril de 2023

CONFLITOS NO SEIO DA FRELIMO ATÉ A REALIZAÇÃO DO 2º CONGRESSO

 INTRODUÇÃO 

O presente artigo versa sobre “Conflitos no seio da FRELIMO até a Realização do 2º Congresso. A Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO) liderada por Samora Machel, lutou pela independência de Moçambique por mais de uma década, antes de finalmente alcançá-la em 1975. Durante esse tempo, a FRELIMO foi responsável por unir uma série de grupos rebeldes sob uma única bandeira, o que exigiu uma grande dose de organização e liderança. No entanto, mesmo depois de alcançar a independência, a FRELIMO enfrentou conflitos internos que ameaçaram a coesão do partido. Este artigo examina os conflitos que surgiram dentro da FRELIMO até a realização do seu segundo congresso em 1977.

A história da FRELIMO é uma história de luta contra o colonialismo português em Moçambique. Fundada em 1962, a FRELIMO rapidamente se estabeleceu como a principal força de oposição em Moçambique, recrutando membros de diferentes grupos étnicos e sociais. A liderança da FRELIMO se viu enfrentando uma série de desafios, incluindo a falta de apoio internacional e a resistência armada do governo colonial português. No entanto, a FRELIMO manteve a sua posição e continuou a lutar pela independência de Moçambique.

Após a independência em 1975, a FRELIMO começou a enfrentar novos desafios, incluindo a necessidade de construir uma nação e governar um país diverso. Nesse contexto, a FRELIMO enfrentou uma série de conflitos internos, que colocaram em risco a sua estabilidade. Um dos principais fatores desses conflitos foi a falta de democracia interna no partido, que levou a uma concentração excessiva de poder nas mãos da liderança. Esse problema se tornou ainda mais agudo após a morte de Samora Machel em 1986, quando a liderança da FRELIMO foi assumida por Joaquim Chissano.

O segundo congresso da FRELIMO, realizado em 1977, foi um marco na história do partido. O congresso foi realizado com o objetivo de consolidar a posição da FRELIMO como o partido no poder em Moçambique. No entanto, a realização do congresso foi marcada por conflitos internos.

 Tema

Conflitos no seio da FRELIMO até a Realização do 2º Congresso

Obras relacionadas ao tema

Entre várias obras que podemos encontrar relacionadas ao tempo podemos encontrar com mais destaque a obra de JOSEPH HANLON com o tema 1. “A FRELIMO e a governação em Moçambique: continuidades e mudanças desde a independência” 2. Obra de AFONSO, A. com o tema:  A FRELIMO e a luta de libertação em Moçambique. 3. Obra de HORTA, J. do C.com o tema O Estado em Moçambique: a lógica do partido e a prática governativa. 4. Obra de LOFORTE, R. com o tema: A história da FRELIMO. 5. E obra de OLIVEIRA, e TERESA Cruz com o tema: "Conflito e negociação na FRELIMO: A construção da unidade política em Moçambique." Contudo a maior parte das abordagens neste trabalho são baseadas nas obras desses autores e estão devidamente citadas e referenciadas no fim do trabalho.

Justificativa

 O tema "Conflitos no seio da FRELIMO até a Realização do 2º Congresso" é relevante por vários motivos. Em primeiro lugar, a FRELIMO foi um movimento fundamental na luta pela independência de Moçambique e teve um papel crucial na construção do país após a independência. Compreender a história da FRELIMO e seus conflitos internos é, portanto, essencial para entender a história de Moçambique e os desafios enfrentados pelo país.

Em segundo lugar, os conflitos internos na FRELIMO foram significativos e tiveram um impacto profundo na luta pela independência de Moçambique e no desenvolvimento do país após a independência. Esses conflitos moldaram a política moçambicana por muitos anos e contribuíram para a instabilidade política que o país enfrentou no passado.

Em terceiro lugar, a história dos conflitos internos da FRELIMO oferece uma lição importante sobre a importância da unidade e da resolução pacífica de conflitos para a construção de uma sociedade estável e próspera. A análise desses conflitos pode, portanto, fornecer insights valiosos para outros países que enfrentam desafios semelhantes.

Por fim, a pesquisa sobre os conflitos no seio da FRELIMO até a realização do 2º Congresso pode contribuir para a construção de um conhecimento mais aprofundado sobre a história política de Moçambique e ajudar a promover um diálogo mais amplo e informado sobre os desafios enfrentados pelo país.

Perguntas de pesquisa

ü  Quais foram as principais causas dos conflitos internos na FRELIMO até a realização do 2º Congresso?

ü  Como os conflitos internos na FRELIMO moldaram a política moçambicana após a independência?

ü  Quais foram as estratégias utilizadas pelos líderes da FRELIMO para superar os conflitos internos e manter a unidade do movimento?

Objetivos

ü  Analisar as origens e os principais conflitos internos que ocorreram na FRELIMO até a realização do 2º Congresso.

ü  Avaliar o impacto desses conflitos na luta pela independência de Moçambique e no desenvolvimento do país após a independência.

ü  Identificar as estratégias utilizadas pelos líderes da FRELIMO para superar esses conflitos e manter a unidade do movimento.

Metodologia

Gil (2007, p.162) defende que Metodologias “são procedimentos a ser seguido na realização de uma pesquisa”. Nesse contexto engloba todos os procedimentos técnicos usados numa investigação científica. Para esta pesquisa foram utilizados forma usados os seguintes métodos a saber.

Método de pesquisa

Foi uma pesquisa bibliográfica, uma vez que os dados foram analisados e as conclusões do estudo, são baseados na revisão da literatura, ou seja, livros e manuais existentes que abordam sobre o tema em estudo, variadas matérias, de vários autores, pesquisas feitas neste no âmbito do tema Conflitos no seio da FRELIMO até a Realização do 2º Congresso. Todas as conclusões são feitas de acordo com as teorias dos autores citados ao longo do trabalho.

O Contexto Histórico dos Conflitos na FRELIMO

O contexto histórico dos conflitos no seio da FRELIMO remonta ao período anterior à independência de Moçambique. Em 1962, a FRELIMO foi criada como um movimento de libertação nacional com o objetivo de acabar com a dominação colonial portuguesa em Moçambique. A luta de libertação nacional durou cerca de 13 anos e foi caracterizada por um conflito armado entre as forças portuguesas e as guerrilhas da FRELIMO.

Durante o período de luta de libertação nacional, a FRELIMO desenvolveu-se como uma organização de vanguarda com uma estrutura militarizada. A liderança da organização era formada por um pequeno grupo de líderes que desempenhavam um papel fundamental na tomada de decisões. No entanto, com a independência em 1975, a FRELIMO teve que enfrentar novos desafios, incluindo a necessidade de construir uma estrutura governamental eficaz e de enfrentar a oposição política.

Os conflitos internos na FRELIMO começaram a surgir em meados da década de 1970. Em 1974, um grupo de dissidentes liderado por Uria Simango foi expulso da FRELIMO, acusado de tentar criar uma facção dentro do partido. Em 1975, Samora Machel, líder da FRELIMO, foi eleito presidente do país após a independência, mas continuou a enfrentar críticas dentro do partido.

Em 1974, a Revolução dos Cravos em Portugal trouxe mudanças significativas, incluindo a concessão de independência aos países africanos colonizados por Portugal. Em junho de 1975, Moçambique tornou-se independente, com a FRELIMO assumindo o controle do governo.

O segundo congresso da FRELIMO, realizado em fevereiro de 1977, foi um momento crítico na história do partido. Durante o congresso, Samora Machel consolidou seu poder e consolidou o partido como o único partido político legal no país. Vários membros da FRELIMO foram presos e acusados de traição, incluindo alguns líderes que haviam participado da luta de libertação do país.

No início da luta armada, a FRELIMO enfrentou dificuldades em organizar e manter suas forças militares. Alguns líderes locais se opuseram à luta armada, enquanto outros se juntaram a outras organizações rivais. Além disso, a FRELIMO enfrentou a oposição dos governos coloniais portugueses e dos movimentos anticoloniais rivais em Moçambique, como a RENAMO (Resistência Nacional Moçambicana).

Factores que influenciaram os conflitos

Abaixo estão alguns dos principais fatores que influenciaram os conflitos no seio da FRELIMO até o 2º Congresso, com citações e referências bibliográficas:

Divergências ideológicas e estratégicas

As divergências ideológicas e estratégicas dentro da FRELIMO foram uma das principais causas dos conflitos internos. De acordo com John Marcum, "a FRELIMO era uma coalizão frágil de grupos comunistas, socialistas, nacionalistas e até mesmo democratas" (MARCUM, 1995, p. 98).

Segundo Afonso, "os conflitos entre correntes da FRELIMO eram o resultado da diversidade ideológica e de perspectivas sobre a luta de libertação" (Afonso, 2005, p. 174).

Outra divergência ideológica importante na FRELIMO foi em relação à questão racial. Alguns membros do partido acreditavam que a luta pela independência deveria ser exclusivamente liderada por negros africanos, enquanto outros defendiam a inclusão de membros de outras raças, como os indianos e os mestiços. Essa questão foi particularmente relevante na província de Cabo Delgado, onde a população era composta por uma mistura de etnias e raças.

Essas diferenças tornaram-se evidentes na década de 1960, quando os membros mais radicais da FRELIMO pressionaram pela adoção de uma linha política mais marxista-leninista e pela intensificação da luta armada contra Portugal.

No entanto, outros membros da FRELIMO, incluindo o seu líder, Eduardo Mondlane, favoreciam uma abordagem mais moderada e buscavam o apoio de países ocidentais e organizações internacionais. Essas divergências culminaram em conflitos abertos durante o 1º Congresso da FRELIMO em 1962, quando Mondlane e seus aliados conseguiram manter o controlo da organização, mas enfrentaram a oposição de membros mais radicais.

Igualmente de acordo com o historiador Colin Darch em seu livro "Mozambique: From Colonialism to Revolution, 1900-1982" (1983), as diferenças ideológicas entre os líderes da FRELIMO surgiram a partir de "uma mistura de marxismo-leninismo e nacionalismo africano". Darch aponta que, enquanto alguns líderes da FRELIMO, como Eduardo Mondlane, apoiavam uma abordagem gradualista para a luta pela independência, outros, como Samora Machel, defendiam uma abordagem mais radical e imediata.

Rivalidades pessoais e regionais

Outro fator que contribuiu para os conflitos internos na FRELIMO foi a existência de rivalidades pessoais e regionais entre os membros da organização. De acordo com Joseph Hanlon, "as diferentes províncias de Moçambique tinham suas próprias lideranças e muitas vezes agiam de forma independente umas das outras" (HANLON, 1981, p. 49). Além disso, muitos membros da FRELIMO estavam em conflito por causa de questões pessoais e disputas de poder.

Essas rivalidades pessoais e regionais tornaram-se mais evidentes após a morte de Eduardo Mondlane em 1969. A disputa pelo controle da organização entre Samora Machel e Uria Simango, dois dos principais líderes da FRELIMO, foi um dos momentos mais críticos da história da organização.

Uma das principais rivalidades pessoais que marcaram a FRELIMO foi entre Eduardo Mondlane e Uria Simango. Mondlane, o fundador e primeiro presidente da FRELIMO, tinha um perfil mais acadêmico e intelectual, enquanto Simango era um líder militar experiente. A rivalidade entre os dois começou a surgir em 1964, quando Simango começou a questionar a liderança de Mondlane e a defender uma abordagem mais militarizada para a luta pela independência. Essas tensões culminaram em 1967, quando Simango foi expulso da FRELIMO sob acusações de traição.

Outra rivalidade pessoal importante foi entre Samora Machel e Marcelino dos Santos. Machel era um líder carismático que rapidamente ganhou influência dentro da FRELIMO, enquanto dos Santos era um intelectual que havia sido um dos primeiros membros do partido. A rivalidade entre os dois cresceu em torno de questões ideológicas, com Machel defendendo uma abordagem mais radical e revolucionária, enquanto dos Santos enfatizava a importância do marxismo-leninismo. Apesar das tensões, Machel e dos Santos acabaram trabalhando juntos em prol da independência de Moçambique.

Além das rivalidades pessoais, a FRELIMO também foi afetada por rivalidades regionais. Uma das principais divisões ocorreu entre os líderes da região sul e norte de Moçambique. Os líderes do norte, incluindo Mondlane e Machel, eram mais influentes e dominavam a liderança da FRELIMO. Isso criou tensões com os líderes do sul, que sentiam que a sua região estava sendo sub-representada. Essas tensões culminaram no 2º congresso da FRELIMO em 1968, onde as demandas dos líderes do sul foram reconhecidas e uma nova liderança foi formada para incluir uma representação mais equilibrada de todas as regiões do país.

Regionalismo e tribalismo: Alguns dos conflitos internos da FRELIMO também foram influenciados por diferenças regionais e tribais. Por exemplo, havia tensões entre os membros do norte do país, que eram mais educados e urbanizados, e os membros do sul, que eram mais rurais e tradicionais.

Segundo Hanlon, "o regionalismo e o tribalismo foram fatores importantes nos conflitos internos da FRELIMO" (Hanlon, 1981, p. 126).

Intervenção estrangeira

A intervenção estrangeira também desempenhou um papel importante nos conflitos internos da FRELIMO. Durante a Guerra Fria, Moçambique tornou-se um campo de batalha para a disputa entre os Estados Unidos e a União Soviética. Os Estados Unidos apoiaram grupos anticomunistas em Moçambique, enquanto a União Soviética e Cuba apoiaram a FRELIMO.

A intervenção estrangeira teve um impacto significativo na FRELIMO, tanto em termos de apoio financeiro quanto de influência política. Alguns membros da FRELIMO acusaram a União Soviética e Cuba de tentar impor sua ideologia marxista-leninista à organização.

Apoio soviético e cubano

Durante a Guerra Fria, a FRELIMO recebeu apoio financeiro e militar da União Soviética e de Cuba. Segundo Joseph Hanlon, "os soviéticos e os cubanos apoiaram a FRELIMO financeiramente e com armas, o que permitiu que a organização expandisse sua luta contra Portugal" (HANLON, 1981, p. 63).

No entanto, o apoio soviético e cubano também foi motivo de conflito dentro da FRELIMO. Alguns membros da organização acusaram a União Soviética e Cuba de tentar impor sua ideologia marxista-leninista à FRELIMO e de interferir em assuntos internos da organização.

Aspetos positivos e negativos

Alguns aspectos positivos desses conflitos internos incluem a promoção do debate e da participação democrática dentro do partido, a identificação e resolução de problemas organizacionais e a reafirmação do compromisso com os ideais revolucionários da FRELIMO.

Por outro lado, os aspectos negativos desses conflitos incluem a divisão interna do partido, a exclusão de certos grupos e indivíduos, a polarização ideológica e o enfraquecimento da coesão e da eficácia da FRELIMO como partido político no poder.

Um estudo realizado por Anne Pitcher (2005) sobre a FRELIMO e o seu papel na política de Moçambique destaca que, embora os conflitos internos tenham sido uma característica constante da história da FRELIMO, eles se intensificaram após a independência do país.

Aspectos Positivos

·         Maior participação democrática Segundo Horta (1991), os conflitos internos da FRELIMO permitiram que uma geração mais jovem e mais radical se juntasse ao partido, o que aumentou a participação democrática e a diversidade de ideias no partido.

·         Melhor estruturação do partido: Com a realização do 2º congresso da FRELIMO, o partido conseguiu estabelecer uma estrutura mais clara e eficiente, com uma liderança mais forte e um programa político mais claro (Chabal & Daloz, 1999).

·         Aumento da consciência política: Os conflitos internos também contribuíram para a conscientização política dos membros da FRELIMO, principalmente aqueles que não haviam participado diretamente da luta armada (Macamo, 2008).

Aspetos Negativos 

Os conflitos internos da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO) até o 2º Congresso em 1977 foram uma das questões mais contenciosas e complexas da história política de Moçambique. Alguns dos aspectos negativos desses conflitos incluem:

·         Divisão e fragmentação: Os conflitos internos da FRELIMO levaram a uma divisão e fragmentação significativas dentro do partido. Muitos membros foram forçados a tomar partido e a escolher lados, e isso resultou em uma perda significativa de unidade e coesão.

·         Violência e repressão: A luta pelo controle do partido e pela liderança levou a conflitos violentos e repressão dentro da FRELIMO. Isso incluiu prisões, tortura e execuções de membros que eram considerados dissidentes.

·         Atraso no desenvolvimento: A instabilidade política dentro do partido afetou negativamente o desenvolvimento socioeconômico de Moçambique. A falta de unidade e liderança clara resultou em políticas inconsistentes e desarticuladas, o que teve um impacto negativo na economia e na qualidade de vida dos cidadãos.

·         Influência externa: Os conflitos internos na FRELIMO também abriram espaço para a interferência externa em Moçambique. Isso incluiu a influência de países como a África do Sul e a Zâmbia, que apoiaram diferentes facções dentro do partido, aumentando a instabilidade interna.

Estratégias usadas para superação dos conflitos no seio da FRELIMO

Algumas das estratégias utilizadas pelos líderes da FRELIMO para superar os conflitos internos e manter a unidade do movimento foram descritas em literatura sobre o tema. A seguir, são apresentados alguns exemplos de referências bibliográficas que mencionam essas estratégias:

ü  Diálogo e Negociação: De acordo com Oliveira (2006), a FRELIMO frequentemente recorreu ao diálogo e à negociação para resolver conflitos internos. Segundo o autor, os líderes da FRELIMO eram hábeis em gerir divergências e buscavam soluções que fossem satisfatórias para todas as partes envolvidas.

ü  Comunicação: Em seu livro "A história da FRELIMO", o autor Loforte (2012) destaca a importância da comunicação para manter a unidade do movimento. Ele afirma que os líderes da FRELIMO eram diligentes em se comunicar com seus membros e que a transparência nas decisões e estratégias contribuiu para a coesão do movimento.

ü  Centralização de poder: Segundo Hanlon (1986), a centralização de poder foi uma das estratégias utilizadas pelos líderes da FRELIMO para manter a unidade do movimento. Ele afirma que Samora Machel, líder histórico da FRELIMO, tinha uma personalidade autoritária e que a centralização de poder em torno dele ajudou a evitar conflitos internos.

ü  Apelo à ideologia: Em seu livro "The FRELIMO Chronicles", o autor Chabal (2011) destaca a importância da ideologia para a FRELIMO. Ele afirma que a ideologia socialista do movimento foi um fator importante para manter a unidade e superar conflitos internos.

De acordo com Campbell (1990), a concessão de posições de liderança foi uma das estratégias utilizadas pela FRELIMO para superar conflitos internos. O autor destaca que a FRELIMO frequentemente fazia concessões para atender às demandas de diferentes facções dentro do movimento.

Em geral, as estratégias utilizadas pelos líderes da FRELIMO para superar conflitos internos foram variadas e dependiam das circunstâncias específicas de cada situação. A habilidade de gerir conflitos internos foi um fator crítico para o sucesso da FRELIMO na luta pela independência de Moçambique e na construção do país após a independência. 

 

Conclusões

Em conclusão, as rivalidades pessoais e regionais foram uma parte importante da história da FRELIMO até o seu 2º congresso. Embora essas tensões possam ter prejudicado a unidade do partido em alguns momentos, também ajudaram a moldar a sua dinâmica interna e a promover um debate saudável sobre questões políticas e ideológicas. Como tal, essas rivalidades foram uma parte importante do processo de construção de um Moçambique independente e democrático.

Apesar desses conflitos, a FRELIMO conseguiu se unir e continuar sua luta pela independência, que foi alcançada em 1975. O 2º Congresso da FRELIMO foi um marco importante na história de Moçambique, pois estabeleceu as bases para o desenvolvimento do país após a independência.

No entanto, os conflitos dentro da FRELIMO continuaram depois do 2º Congresso, e levaram a divisões dentro do partido e à formação de grupos rivais. Essas divisões afetaram a estabilidade política de Moçambique e contribuíram para a guerra civil que durou mais de uma década.

Hoje, a FRELIMO é o partido no poder em Moçambique, e embora ainda enfrente críticas e oposição, é considerado um dos principais pilares da estabilidade política do país. A história dos conflitos internos da FRELIMO serve como uma lição sobre a importância da unidade e da resolução pacífica de conflitos para a construção de uma sociedade estável e próspera.

 

Referências bibliográficas:

AFONSO, A. (2005). A FRELIMO e a luta de libertação em Moçambique. Edições Afrontamento.

CABRITA, J. (1997). Mozambique: The Tortuous Road to Democracy. New York: St. Martin's Press.

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DARCH, C. (1983). Mozambique: From Colonialism to Revolution, 1900-1982. Holmes & Meier Publishers, Inc.

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MACAMO, E. (2008). Politics of memory and identity in Mozambique: The Frelimo veterans' association. African Affairs, 107(429), 237-256.

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OLIVEIRA, (2006).  Teresa Cruz e. "Conflito e negociação na FRELIMO: A construção da unidade política em Moçambique." Revista Lusófona de Estudos Culturais 129-148.

PITCHER, M. A. (1991). The transformation of FRELIMO. James Currey Publishers.

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